Seleção Brasileira Adulta Feminina obteve 3 medalhas, sendo 1 prata e 2 bronzes no último dia. No total, o país conquistou 6, sendo 1 ouro, 3 pratas e 2 bronzes no Campeonato Mundial de ginástica Artística, em Antuérpia, na Bélgica

- Crédito da foto: Ricardo Bufolin/Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) 

- Legenda: As atletas Rebeca Andrade (esquerda) e Flavia Saraiva (direita) subiram ao pódio no solo no Campeonato Mundial de Ginástica Artística, na Antuérpia, na Bélgica. Neste domingo (8/10), Rebeca foi prata ao somar 14.500 pontos. Já Flavia foi a terceira com 13.966 pontos. Rebeca ainda foi bronze na trave ao somar 14.300 pontos. A Seleção terminou a competição com 6 medalhas, sendo 1 ouro, 3 pratas e 2 bronzes. A competição teve a chancela da Federação Internacional de Ginástica (FIG, em inglês) 

No último dia de competição, a Seleção Brasileira Adulta Feminina conquistou mais três medalhas, sendo 1 prata e 2 bronzes, no Campeonato Mundial de ginástica Artística, em Antuérpia, na Bélgica. No total, a delegação teve 6 conquistas, sendo 1 ouro, 3 pratas e 2 bronzes. O torneio terminou neste domingo (8/10) e teve a chancela da Federação Internacional de Ginástica (FIG, em inglês). 

A prateada e o bronze vieram na mesma apresentação, que foi o solo. Na final, o que se viu foram dois collants num amarelo muito vivo desenhando movimentos lindos em cima do tablado, com trilhas sonoras muito bem escolhidas. Rebeca e Flávia Saraiva, cada uma a sua maneira, empolgaram o público da Antuérpia com acrobacias notáveis, muita graça, apuro técnico e raras imperfeições.

Rebeca somou 14.500 pontos, tendo 6.100 dificuldade e 8.400 execução. Já Flavia acabou com 13.966, sendo 5.700 dificuldade e 8.266 execução. O ouro foi para Simone Biles (Estados Unidos) com 14.633, com 6.700 dificuldade e 8.033 execução.

Outra medalha no dia

A segunda bronzeada veio na trave, com Rebeca. Ela que não havia criado grandes expectativas no aparelho, parece ter competido sem pressão. Com muita leveza, acertou as conexões mais desafiadoras e, com poucos erros, deixou o mundo da ginástica de queixo caído novamente ao dar novas definições para o adjetivo “completa”. No final, a brasileira acabou somando 14.300 pontos, sendo 6.000 dificuldade e 8.300 execução. O ouro foi para Simone Biles (Estados Unidos) com 14.800 (6.500 dificuldade e 8.300 execução). A prata foi para Zhou Yaqin (China) com 14.700 (6.500 dificuldade e 8.200 execução). 

As outras três medalhas foram 2 pratas, na categoria por Equipes e no Individual Geral com Rebeca Andrade. E a única dourada veio com Rebeca no solto sobre a mesa.

Falaram Rebeca e Flavia

“Este pódio que dividi com a Flávia foi o mais especial da minha vida, com certeza. Eu disse numa entrevista que ela seria a melhor companhia que eu poderia ter num pódio. É um prazer e uma honra dividir o ginásio e a vida com ela”, disse a ginasta, hoje dona de nove medalhas em Mundiais. “É um momento incrível das nossas vidas. Muita coisa aconteceu conosco. Esta é a hora da sensação do ver cumprido, de termos a certeza de que tudo vale a pena. Cada geração da Ginástica Artística do Brasil teve um papel nisto tudo. Cada uma mostrou para nós que era possível. O que conseguimos realizar até agora me dá muito orgulho e honra.”, concluiu Rebeca, que saiu com 5 medalhas, sendo 1 ouro, 3 pratas e 1 bronze. 

“É uma emoção muito grande. Ter conquistado minha primeira individual numa competição dessa importância e termos obtido esse resultado histórico, que foi a primeira medalha por equipes num Mundial da Ginástica Brasileira, tá sendo incrível. É uma felicidade enorme representar nosso País da melhor forma possível. Estar entre as melhores do mundo depois de duas cirurgias é algo para o que não encontro explicação. Dá vontade de voltar a competir amanhã, depois de amanhã e assim por diante. É muito bom. Sentir isso novamente é maravilhoso. Só tenho a agradecer pela torcida de todos. Competir todos esses dias, com pressão e nervosismo, e ao mesmo tempo conseguir se divertir, é importante. Subir no pódio com a Rebi, uma atleta que abriu tantas portas e estar ao lado da Simone....fazer o solo e terminar a competição sem me machucar foi muito bom. Minhas experiências anteriores não foram muito boas. Ter essa sensação de que eu voltei, de que meu pé está bem, depois daquele susto do individual geral....tudo isso vale muito pra mim. Se não tivesse ganhado a medalha, teria ficado muito feliz também. Saí muito bem da competição. Trabalhei muito por isso, e a equipe multidisciplinar que temos por trás lutou muito para eu poder estar aqui. Não tem muito o que falar. Agora é o momento de agradecer a todos. Teve pessoas que vieram do Brasil pra torcer pela gente.”, afirmou Flavia, que saiu com 2 medalhas, sendo 1 prata (Equipes) e 1 bronze (Solo), e foi a sua primeira conquista individual num Mundial.

“Quando ela me disse isso, comecei a chorar. Era um sonho meu ter uma medalha individual, e não tinha conseguido isso ainda. Subir no pódio numa dobradinha com a Rebeca, como falei...ela abriu tantas portas. É uma inspiração enorme pra mim, porque ela passou por tantas cirurgias....ela voltou, levantou a cabeça. Eu também não poderia pensar numa companhia melhor do que ela. Agradeço todos os dias por ter ela ao meu lado todos os dias, no ginásio, dando força. Não há como não chorar com ela. Quando ela me disse isso, eu me senti muito amada. Só tenho que agradecer à Rebi. Foi muito emocionante. Sei que pra ela deve ter sido emocionante, mas pra mim foi mais ainda, porque ela é campeã olímpica. Subir ao pódio ao lado de duas campeãs olímpicas me fez me sentir nas nuvens.”, concluiu Flavia, a respeito da resposta de Rebeca, que foi indaga sobre a companhia que mais desejava ter no pódio. E a resposta foi Flavia Saraiva. 

“Aprendi a ter resiliência e a ter noção de que tudo tem a sua hora. Agora tudo faz sentido pra mim. Todas as horas em que caí e que me machuquei. Essa conquista era aquilo de que eu precisava. Esta é uma virada de chave. É combustível para eu continuar acreditando. Quero agradecer também à minha companheira, a Jade, à Lorrane, à Ana....todas elas fizeram parte deste meu resultado. Ele não é só meu. Vi o quanto elas se esforçaram para eu estar aqui. Elas me disseram para levantar a cabeça e que estão ao meu lado, ‘vamos’. Então eu disse: ‘vamos’. No individual geral, eu tive uma falha na paralela e o solo não foi bom. Mas eu não deixei aquilo apagar minha estrela. Hoje me propus a brilhar mesmo nesta final de solo. Conheço meu potencial.", disse Flavia sobre o aprendizado que as dificuldades recentes lhe ensinaram

 Confira o resultado completo da seleção

1) – Equipes – Prata  Carolyne Pedro, Rebeca Andrade, Lorrane Oliveira, Flavia Saraiva, Jade Barbosa e Júlia Soares – 165.530 pontos

2) – Individual Geral  Prata  Rebeca Andrade  56.766 pontos

3) – Salto sobre a mesa – Ouro – Rebeca Andrade – 14.750 pontos

4) – Solo – Prata – Rebeca Andrade – 14.500 pontos

5) – Solo – Bronze – Flavia Saraiva – 13.966 pontos

6) – Trave – Bronze – Rebeca Andrade – 14.300 pontos 

– Fontes: Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e Federação Internacional de Ginástica (FIG, em inglês)  

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